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Base Arrumaitor Tabajara

Base de boulder é assunto sério. A radioscopia abaixo me ajuda a argumentar: foi causada por uma queda relativamente baixa (cerca de 3m) de pé em cima de crashpad, sobre um chão plano, com poucos e discretos bicos de pedra salientes. Além dos 5 pinos no tornozelo, fissurei 2 vértebras. E foram 2 anos de molho. Meras enxadadas poderiam ter evitado tudo isso! Nem a melhor ‘seg de corpo’ teria me salvado. Convenci que base é assunto sério?

Catraca

Na arrumação de bases de boulders já usamos até macaco hidráulico. No ano passado, uns suíços passaram por São Bento e deixaram um beta “made in magic wood”: usar uma catraca parruda para arrastar pedregulhos das bases. A promessa de mover “mini-montanhas” de rocha com uma mão, é de fazer Maomé se sacudir em sua tumba!

Esses dias resolvemos botar em prática e lá fomos nós, com um “mini-guincho” (que suporta até 2 toneladas), para o bloco do Derretidos no Aranha, que já vinha recebendo uma força-tarefa do pessoal. Quem conhece, sabe que é um dos blocos mais bonitos da região, porém as quedas são tão temidas que uma das linhas possui o nome de “Culhão”. Semanas atrás, um amigo daqui torceu forte o pé ao cair de sua aresta. E eu mesmo, antes de mandar a linha homônima, “refuguei” umas 4 vezes no domínio, desescalando e pulando. Mas tudo indica que essa engenharia egípcia vai vingar e, graças ao esforço de muitos, esse blocão terá a sua merecida base 5 estrelas! As hérnias de disco da galera agradecem a aparelhagem!! :-)

Então fica o exemplo/recado: não deixe a simplicidade logística da escalada em boulder deixar a sua atenção displicente com a segurança. Fique esperto… para ter boas aterrisagens e ótimas escaladas, SEMPRE!