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OUTONO DE 2017 EM FONTAINEBLEAU

     Fontainebleau dispensa apresentações, afinal se trata de um dos berços históricos do bouldering, com escaladas que beiram um século de existência. Então vou apenas reforçar o coro: é um destino “pacote completo”. Linhas infinitas, cenários magníficos, cultura histórica, sem falar do comer e beber bem, algo que sou suspeito pra adorar.

     Tenho tido o costume de gravar minhas escaladas para arquivos pessoais e, quando me dei conta, tinha bastante coisa legal pra compartilhar. Acabei juntando tudo em um vídeo, ao final desta página. Não esperem por nada além daquele velho esquema “pornozão de cadenas”, algo que só os mais fanáticos aguentam ver hoje em dia. Se eu fosse prestar homenagem àquela floresta, faria um filme bem diferente. Tenho paixão pelo audio-visual, mas escalar continua sendo a prioridade maior!

     Mas algumas fotos foram feitas… as comigo são todas da Yuri. O resto é de minha autoria.

     As legendas do filminho estão em inglês, como forma de retribuição aos diversos vídeos que me orientaram por lá. Com literalmente milhares de boulders para escolher (são mais de 200 setores), realizar uma boa pesquisa antes vai te ajudar bastante a aproveitar melhor o seu tempo em meio à tantas opções. É surpreendente a existência de tantos clássicos escondidos e menos famosos. Já havia visitado Fontainebleau uns 15 anos atrás e me dei conta de que eu não conhecia absolutamente nada. Desta vez foram 30 dias de um lindo outono bastante generoso com a meteorologia, escalando quase todo dia e praticamente sem repetir setores.

     A graduação segue a original de Font, que é mais extensa e complexa (basta notar que do V3 ao V9 temos 11 escalas entre 6a e 7c) e vejo gente confundindo até hoje, portanto indico a tabela deste link para esclarecer. Ademais, os mitos sobre a dificuldade daquele arenito perfeito não são à toa. Você vai ganhar lições valorosas em cada grau que encarar por lá, vai lembrar que escalada é muito mais que força física, enfim, você entenderá porque até Adam Ondra caiu num famoso 6a por lá. Oportunidades como esta ensinam que grau é sempre um parâmetro traiçoeiro, sendo melhor deixar que a sua consciência sincera te revele quando você evoluiu de verdade, em qualquer que seja a escalada. Mesmo com tantos anos de bagagem nas costas, tenho a certeza de que voltei um melhor escalador e recomendo a experiência a todos, é uma escola muito rica.