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“Lesímetro” log-book

Como um escalador mortal e apreciador da modalidade esportiva desde 2000, pude vivenciar incontáveis lesões: ombro, joelho, abdômen, costas, cotovelo, pulso, assim como todos os dedos das duas mãos (exceto dedão e indicador). Apesar de tanta “dor” assim soar irresponsável, lembremos que a escalada é uma atividade altamente lesiva, atingindo desde iniciantes até “fanáticos” (ex: Dave Graham ficou meses parado ano passado por conta de lesão no dedo). Sendo assim, sempre fui adepto de atividades preventivas como alongamentos e exercícios compensatórios, como por exemplo a biomecânica (que pude conhecer nos seus primórdios na 90 graus)  enfim, procuro explorar atentamente o auto-conhecimento físico que a escalada proporciona.

Desde o ano passado, estou anotando os meus casos de lesão (de no mínimo médio prazo) afim de registrar um histórico para consulta e direcionamento pessoal. Como existem poucas referências específicas desse tipo, resolvi publicar aqui, mas NÃO deve ser encarado como uma orientação profissional substituta de um médico especializado. 


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***LESÕES (JAN/2009) – ordem de gravidade

1) Ruptura parcial de polia A2 dedo anelar mão esquerda.

 – sintoma: forte dor ao pressionar o meio da base do dedo, ou durante pega fechada (reglete).

– causa (imediata): deadpoint em reglete, boulder/granito (Yosemite) em temperatura ambiente baixa (10 graus C)

– tratamento realizado: Após 1 mês de repouso e gelo, escaladas e treinos somente na pega aberta, com taping na base do dedo lesionado

– duração: 2 meses e meio

– estado: 90% recuperado

2) Estiramento do tendão flexor do dedo anelar direito (”climber’s finger”)

– sintoma: dor ao esticar e “fechar” o dedo

– causa (imediata): movimento dinamico (deadpoint) para um batente diagonal de textura irregular, em linha de boulder em muro.

– tratamento realizado: taping em “X” + exercícios compensatórios (Handmaster Plus ou elástico em volta dos dedos) seguidos de alongamento.

– duração: 2 semanas

– estado: se agravando

– medidas futuras: maior cuidado com agarras lesivas.

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***LESÕES (OUT/2008) – ordem de gravidade

1) Ruptura parcial de polia A2 dedo anelar mão esquerda.

– sintoma: forte dor ao pressionar o meio da base do dedo, ou em pega fechada (reglete).

– causa (imediata): deadpoint em reglete, boulder/granito (Yosemite) em temperatura ambiente baixa (10 graus C)

– tratamento realizado: 3 sessões de gelo diárias mais exercícios leves com bola de espuma para estimular a circulação. 1 mês sem escalar.

– duração: início da lesão (10/Out)

– estado: estável

– medidas futuras: aquecimento apropriado da pega fechada

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LESÕES (AGO/2008) – ordem de gravidade

1) Epicondilite no cotovelo esquerdo:

– sintoma: dor na parte de baixo do cotovelo (tomando como referência o braço esticado para frente com a palma da mão para baixo). A dor surge como pontadas/agulhadas quando o braço está em sobrecarga e sai da posição estendida para a flexionada e vice-versa.

– causa (gradativa): exercícios de isometria (barra em 1 braço), especificamente quando o braço está flexionado e o corpo sofre alguma instabilidade lateral.

– tratamento realizado: alongamentos, exercícios de amplitude de movimento com o HandMaster Plus, e aplicação de pomada Acheflan na região dolorida. Utilização de uma banda elástica (Mercur) para proteção do cotovelo.

– duração: 3 meses

– estado: se agravando

– medidas futuras: cuidado extra nos movimentos de carga extrema em relação ao giro lateral do corpo com o braço fixo/flexionado.

2) Ruptura parcial de polia (A4), dedo mindinho esquerdo

– sintoma: dor na altura da 2a. falange do dedo mindinho, durante a pegada de “reglete”.

– causa (imediata): um movimento para uma agarra boa, tipo reglete, seguido de queda suave e premeditada. O acontecimento foi notado logo em seguida, com sensação de algo “solto” nos flexores do dedo, e clara dor na “pega fechada”.

– tratamento realizado: gelo (água gelada) várias vezes ao dia, nos primeiros 3 dias ; alongamento frequente ; repouso, ainda que permitindo a escalada porém com leve utilização deste dedo, que por prevenção fica enfaixado (taping)

– duração: 1 semana

– estado: estável

– medidas futuras: nenhuma

3) Estiramento do tendão flexor do dedo médio direito (”climber’s finger”)

– sintoma: dor durante toda a amplitude de movimento do dedo médio (estendido ou flexionado)

– causa (gradativa): stress excessivo e repetitivo em pegadas abertas, sobretudo tridedos, bidedos e monodedos. Agravamento perceptível após um movimento em que juntei (troquei as mãos) em uma agarra de monodedo (em muro).

– tratamento realizado: gelo e, principalmente, exercícios compensatórios com Handmaster Plus seguidos de alongamento.

– duração: 2 meses

– estado: entre estável e recuperado

– medidas futuras: nenhuma

4) Estiramento do músculo abdominal oblíquo direito

– sintoma: dor aguda (pontadas) na região abdominal localizada na lateral direita, bem próximo das costas, durante esforço abdominal, principalmente movimentos de ombro esquerdo, quando se sustenta a perna direita. Dor tão intensa que chegou a me bloquear este tipo de movimento durante semanas.

– causa (desconhecida): não pude identificar o momento exato que ocasionou esta lesão. Foi daquelas imperceptíveis durante o treino com o corpo quente, e percebidas no dia seguinte ao acordar.

– tratamendo realizado: alongamentos na região ; consulta a um clínico geral com raios-x e ultra-sonografia, inconclusiva.

– duração: 4 meses

– estado: fase final de recuperação, quase bom

– medidas futuras: maior aquecimento da regiao abdominal

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