Com a galera conhecendo, o Cruzeiro vai virando assunto na RP, então compartilho mais uns betas:
mais um mutirãozinho essa semana: 4 titius e algumas toneladas de pedra
O setor encontra-se em fase de consolidação de acesso – entenda por isso uma visitação controlada, discreta e gradual, com comunicação frequente com os donos das terras. O jargão “todo cuidado é pouco” se aplica bem aqui, afinal já perdemos setores incríveis no passado. Por que me dou esse trabalho todo e não fico curtindo blocos novos e alucinantes assim, na “miúda”, sem me preocupar com ninguém? Muitos da geração anterior tomaram este rumo silencioso (Nicole, Loskot, Gaskins). Estou longe da vivência lendária desses monstros, talvez por isso eu continue sendo este ser ignorante que tenta conciliar sociedade moderna com a modalidade que mais cresce na escalada, e a sua prática no quintal alheio. Haja fé para um ateu já meio velho-ranzinza!
imagens de vídeo: tá difícil de gravar um pois não tô mandando nada depois de trampar…
Conforme já dito anteriormente, as investidas iniciais tem sido de mutirões de trabalho: infelizmente o setor Cruzeiro não fica no Colorado e normalmente encontramos 1 metro de terra no domínio dos blocos e um mato do mais espinhudo brotando em cima. Algumas trilhas são de cipós tão emaranhados que mal passa a luz. Nem espada de samurai resolve fácil. E tem bases estilo “ponte do mortal kombat”, exigindo uma arrumação pesada, no limiar da hérnia de disco (não estou exagerando, ganhei 2 nos últimos anos). Estimo umas 100 linhas, longe de qualquer meca. Calma, estou apenas ajustando as expectativas… mas finalizo compensando: esse point vai revolucionar. Pode anotar!! O monstrinho do retrato a seguir concorda com minha impressão futurista do lugar…
Felipinho prova um projeto: movimentação pra lá de moderna e um “mutante” pra lá de feliz com tantas novidades
Com setores novos nos últimos anos, a sensação é de muito mais por vir, porém a região é finita, uma hora vai acabar. Sendo assim, temos mais uma nova e preciosa oportunidade para escaladores participarem dos processos que antecedem os setores “prontinhos” que desfrutamos nas terras particulares da região. Desenvolver é apenas uma opção no universo da escalada mas, quem a escolhe, normalmente passa por uma transformação de valores. Assim aconteceu comigo, desde as semanas pré-SumbaBoulder quando eu e Belê madrugávamos para ir arrumar o, até então novo, setor Áreas. O mestre plantou uma sementinha ali que mexeu comigo e espero passar adiante, conforme tive a alegria de ver na Thaís recentemente, por exemplo. Ajudar é a melhor maneira de enraizar respeito e levar a maré à favor de uma evolução que está aí, na nossa cara. E de quebra, vc ganha uma motivação muito bacana! Essa ajuda não necessariamente se traduz no trabalho braçal, afinal nem todos tem o tempo e principalmente a disposição para isso. Uma simples postura (boa conduta) já é uma digna forma de colaborar e motivar a todos…
VEM-NI-MIM-TEMPORADA!!