Já que desta vez me propus a relatar o processo, aqui vão uns frames da pancadaria: Babaleia, eu e Belê quase chegando no final desse “corredor polonês”. São 3 contra 1, agora sim a porteira está ameaçando abrir! Sem dúvidas trabalhar projetos em conjunto é bem mais produtivo, ainda mais com esses amigos e parceiros de treino com quem compartilho valores, me sinto leve escalando com eles, sem qualquer clima de competitividade. Essa é a vibe!
Após um período quase jogando a toalha, dediquei uma session a usar a cabeça e não só a insistência, estudando o método final da linha. É preciso ter muita facilidade ali pois, naturalmente, na sequência chegamos desnorteados e tendo de agir em frações de segundo sem precisão alguma, sobretudo sem sensibilidade nos dedos, muito menos aderência. Por fim, encontrei um beta novo de pés e com isso, nova injeção de ânimo e 2 sessions com progressões constantes que me impedem de desistir. O tamanho da linha permite poucos pegas por dia, temperando o jogo com mais pressão psicológica e ansiedade. Por fim, dominei a tão desejada 16ª agarra, faltando 3 para a borda, tudo isso já na virada. Parece próximo, mas cada movimento ali é um leão que se derruba e tudo pode acontecer. Abri um rombo no dedo médio e agora é hora de dar um tempo…
Só espero que relatar esse dramalhão sirva de estímulo pra galera que usa a escalada para confrontar seus próprios limites e provavelmente já sentiu sensações parecidas. As experiências são semelhantes em todos os níveis, independente de grau. Falando nisso, já fui perguntado 500 vezes sobre “quanto vale o Medusa” e, apesar de sempre me esquivar dessa pergunta tendenciosa, aviso aqui que é um provável V12, nada extremo considerando que existem linhas bem mais duras na própria região. Portanto, a ordem das ascensões pouco importa, é mera questão de ocasião e tem gente que resolveria isso em uma única session, tamanha é a relatividade da dificuldade. O grande valor (imensurável em números) para mim está no descobrimento: encontrar essas incríveis e raras linhas por aí afora, sinceramente, é mais difícil do que mandá-las. Enfim… que sirva de estímulo exploratório também, para que você meu caro boulderista, deixe um dia o crashpad em casa e “desperdice” aquele precioso tempo de sua diversão, procurando por uma nova contribuição que divirta os outros assim como diverte a você. Food for thought! ;-)
Boa semana a todos!!