Na foto, mestre Belê passa pelo 1º crux do Medusa. É muito gratificante voltar a dividir sessions com o titiu que, mesmo com o ombro sob extremo cuidado, vem compensando com toda sua bagagem e contribuindo como sempre!
Se não me falha a memória, já fiz umas 15 tentativas de baixo neste boulder, metade disto caindo nas últimas agarras, 16º movimento. Só rendo uns 3 pegas por dia devido à exaustão da linha, consome muita energia e pele no crux final. As dores de polia estão acabando e estou recuperando minha falta de condicionamento (por conta da lesão), através do próprio boulder e suas intensas sessions. A babação nas agarrinhas finais deu lugar à condições perfeitas em pelo menos 2 dias de frio que encontrei por lá. Resumindo, as desculpas, que é a coisa mais fácil de se inventar quando não conseguimos algo, se esgotaram de vez. Agora é continuar apanhando, sem escudos…
Minha última e mais confiante tentativa foi um bilhete do acaso: explodi (imagem abaixo) a única agarra-chave indispensável que linka as 2 seções da linha, um reglete que eu já havia reforçado meses atrás. Desastre total. Uma nuvem depressiva e sarcástica me diz que depois disso, só falta eu escorregar na virada. E vem aquela pergunta racional que define o maldito ser humano: por que? Qual o sentido desse sofrimento?
Como há males que vem para o bem, finalmente tive um momento de liberdade da “project-life” e a fila de clássicos aguardando inauguração no Rubinho andou um pouco. Com ajuda do parceiro Marcelo ‘Babaleia’, surgiu o revolucionário Primavera Árabe, o mitológico Néctar com Ambrosia e o existencialista Mito de Sísifo. Só “classiquez” em linhas longas, altas, com movimentação de qualidade. Tudo no 3º andar do setor, que está ficando incrível…