Tem uns 3 anos que não me pendurava com a câmera, me pendurei ontem e confesso que não me reanimei. Mas uma foto se salvou e desta vez explico-me no velho estilo “fotos comentadas“, quem sabe ainda sirva de utilidade?
O local possui escaladas bacanas para todas as dificuldades, mas certamente não é o mais cinematográfico. Digo isto para reforçar um conceito básico: o que faz uma foto não é o local, mas sim os seus olhos!
Antes de qq coisa, olhe à sua volta, idealize a composição. Há grandes diferenças de exposição no enquadramento? Sim, a falésia está na sombra e o fundo completamente ensolarado, cuidado extra para não estourar a imagem. Qual passada pareceu legal? A do buraco. Qual ângulo desejado e como chegarei ali? Enfim, desci da mesma parada da via até um pouco acima do ponto em questão, e com algumas fitas me afastei à esquerda pois queria uma perspectiva diagonal. Não queria chapar a imagem de cima para baixo, pois a base nem a altura eram mais interessantes que este negativão atrás dela, o que ajudou a dramatizar: por isso botei maior parte da imagem composta por pedra e uma parte menor, de vegetação: ilusão de grandeza imponente da rocha em que o sujeito está fazendo parte. Repare na costura pendurada em posição vertical, sempre tento manter uma referência de realismo (como uma linha de horizonte) para dar noção do plano. A mão aberta cruzando dá sensação de movimento, e as agarras no canto superior esquerdo sugerem um rumo, contribuindo mais para o dinamismo da imagem estática.
Bons cliques a todos!