Voltando com os posts de “baixa gastronomia” e, atendendo a pedidos, mostrarei como fazer a sua própria massa de macarrão. Garanto que uma massa fresquinha é mais gostosa, além de ser um processo simples, divertido e rápido. E assim como nos pães caseiros, é um item a menos para turbinar esse sofrido mundo industrializado.
A fórmula é fácil: 1 ovo para cada 100 gramas de farinha (para cada pessoa). Esqueça os adjuntos como azeite, sal, etc., pasta se faz muito bem apenas misturando ovo e farinha. Para enriquecer a massa (cor/sabor), use semolina ao invés de trigo – eu costumo utilizar 50% de cada – e gemas ao invés de ovos inteiros. Para quem mora em SP, recomendo comprar farinha boa e barata na zona cerealista.
Comece misturando os ingredientes em uma bacia ou mesa, até formar uma massa não muito úmida nem muito seca, esse ponto você irá ajustar facilmente com a experiência, adicionando mais ou menos farinha à massa. Um processador de alimentos agiliza esta etapa.
Aí basta passar na máquina até obter fatias BEM finas, começando pela espessura maior até a mais fina possível, enfarinhando sempre que necessário. Sobre a máquina em si, cabe uma observação: a minha eu comprei no Mercado Livre, bem mais barato que as “de marca” que vemos em lojas especializadas. Porém, você ganha pelo que paga, existem máquinas bem mais parrudas por aí afora que devem valer o investimento. A minha é frágil e tenho que passar porções pequenas previamente achatadas com um rolo, além de lubrificar os mecanismos com um pouco de azeite e limpar bem depois de usar. Enfim, seguindo alguns cuidados básicos, não tem erro…
Essas máquinas possuem adaptadores que cortam a massa, porém eu prefiro cortar na mão, dando um aspecto mais rústico e do tamanho que eu bem querer. Lembrando que tiras mais largas correspondem ao papardelle, e as mais estreitas com o tagliatelle. Eu gosto de utilizar as sobras para fazer também farfalle (gravatinhas), mas esses inúmeros formatos diferentes eu vou deixar para você mesmo explorar. É uma arte manual fascinante que me faz admirar cada vez mais a “comida” não somente depois de pronta, afinal não dá pra ignorar uma elaboração artesanal dessas, esse carinho todo faz parte de uma refeição bem vivida.
O corte tem uma técnica bacana, melhor ilustrada acima do que escrita. É só enrolar os dois lados da massa, fatiar e erguer a partir do centro. Pronto, sua massa pode ir imediatamente para a água fervendo (com um pouco de sal) e, diferente das massas secas, leva menos de 1 minuto para ficar pronta! Se preferir, seque a massa em um varal para consumir em outro dia, mas eu prefiro ela fresca. O processo todo não leva mais que meia horinha!