
Alegria na chegada, tristeza na partida
Quando eu era pequena, lembro de diversas vezes pedir um cachorro. E, consequentemente, também lembro dos meus pais, de forma bem clara, dizendo que não havia espaço para isso em casa – sendo que eu morava em um sobrado com corredor e quintal bem espaçosos. Minha mãe esclarecia: “Cachorro precisa de quintal com terra, grama…”.
Muitos e muitos anos se passaram e quando me mudei para a zona rural, uma das primeiras coisas que pedi para meu marido era se podíamos ter um cachorro. Ele foi simpatizante da ideia e, simplificando a história, adotamos 3: o primeiro veio pra matar essa vontade de ter um companheiro de 4 patas, o segundo veio para fazer companhia para o primeiro e o terceiro veio para ajudar a tomar conta da casa. Depois disso, ainda veio um gato (!) e a vida parecia em completa harmonia por aqui.
Toda minha reflexão existencialista em torno de animais de estimação começou com o gato. Ele, ainda jovem, contraiu esporotricose e partiu muito cedo, deixando um grande vazio em nossas vidas. Isso foi pelos idos de 2017 e há pouco tempo atrás, se eu pensasse nele, ainda me pegava com olhos marejados.
Hoje, com profunda tristeza, vivo o sentimento de perda novamente. Meu cachorro número 2 se foi.
Adotado aqui na cidade, Cohiba trouxe em sua genética a epilepsia que o acompanhou até os últimos dias de vida, sendo o principal motivo da sua partida. A doença fez seu sistema imunológico ficar fraco, prejudicou sua mobilidade e, mentalmente, era sempre um bebê, ansioso e agitado. Esta somatória pesou com a idade: 14 anos bem vividos de forma intensa, como ele era (ousaram dizer que ele não duraria 2 anos por conta da doença!). Em seu currículo consta: sobrevivente de picada de jararaca, exímio caçador de galinhas, bom comedor, bom corredor e alarme da casa. Por isso e muito mais, a história se repete e ele deixou uma grande lacuna em nossas vidas.
Aqui está muito silencioso agora, e ele, com certeza está correndo por aí, atrás de uma estrelinha, pleno de saúde e levando sua alegria. Não imaginei que sentiria tamanha falta daquele chorinho pela manhã, de plantão na porta. É como o povo daqui fala “pega amô pelo bicho”.
Ninguém me contou como é difícil e pesado lidar com o tempo quando se fala em bichinhos de estimação. Eles chegam depois de nós e partem antes, de forma muito impetuosa. Aprendizados…
2 COMENTÁRIOS
Meus sentimentos… É muito difícil mesmo…
Agradeço, Geovana! 🙏🏻